“Um espaço entre nós” e uma vida significativa.
Hoje assisti
um filme de romance bem adolescente intitulado “O espaço entre nós”. Narra a história
de um rapaz que nasceu em Marte. Sua mãe foi uma astronauta renomada que morreu
durante seu parto. Por conta de uma série de problemas de saúde, ele ficou
impossibilitado de morar na terra e foi criado por outros astronautas na
estação espacial. Contudo, aos 16 anos ele sentiu uma profunda necessidade de
conhecer a Terra e procurar seu pai. Vou parar por aqui para não dar spoilers. Confesso que é um filme
tosquinho, cheio de um romance meio ‘piegas’ e cenas de amor bem previsíveis.
Contudo, o
filme nos faz refletir no significado da nossa vida aqui na terra. Uma cena em
especial me chamou muita atenção: o rapaz está se trocando no banheiro de um
supermercado e, ao sair da cabine, se depara com várias crianças que estavam
prestes a “pichar” o espelho do banheiro. Ao verem que não estavam sozinhas, as
crianças fugiram. Ele, meio bobalhão ainda, não entende o porquê da fuga e pega
o pincel, olha para o espelho e então escreve: “Eu estive aqui.” Confesso que
passei um bom tempo meditando nisso, e me perguntei: será que minha vida aqui
na terra está sendo suficientemente significativa? Será que tenho deixado uma
marca positiva durante minha brevíssima jornada por aqui?
Me espanta
ver tantos jogando no lixo seu precioso tempo de permanência aqui na terra com
coisas tão sem significado. O personagem do filme, desde o início, sabia que
seu destino final não era a terra. Por motivos de saúde, ele sabia que teria de
voltar pra Marte ou, então, morreria muito brevemente por aqui. Isso o impulsionou
a viver essa curta estadia dando o melhor de si em tudo e deixando sua marca
aonde ele pudesse. Isso foi a sua motivação ao escrever no espelho: “eu estive
aqui”. Era uma marca simples, mas era uma marca. Aquele espelho do banheiro não
ia ser mais o mesmo depois da passagem dele. O que eu e você temos modificado?
Vamos viver 70, 80 ou Deus sabe quantos anos e não deixaremos nossa marca em
nada? Não modificaremos a vida de ninguém por aqui?
Não sei você,
mas eu quero uma vida de significado. Sei que sou um peregrino, assim como o
personagem, e brevemente terei de voltar ao lar. Mas vou encarar essa minha
breve passagem como um presente precioso e quero aproveitar cada segundo dela e
deixar, não em espelhos, mas no coração daqueles que amo uma marca com os mesmo
dizeres: “eu estive aqui”.
Em Cristo,
Thiago Holanda.
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