Indiferença dói
Eu imagino a
indiferença como o ato de jogar no lixo qualquer tipo de consideração, seja
positiva ou negativa, por algo ou alguém. Indiferença é muito pior do que a
raiva ou o desprezo, pois estes estão relacionados com a rejeição, contudo só
rejeitamos aquilo que consideramos como existente, e com uma mínima importância.
A indiferença é a desconsideração pela própria existência do ser.
Assim, se sou
indiferente para com alguém, estou cometendo um ato de ‘homicídio interno’. Aquela
pessoa recebe, na minha vida, a mesma importância de um nada e já não há mais
nenhum sentimento positivo ou negativo. Condenamos aquela pessoa, no tribunal
do nosso coração, a pena máxima da não-existência, e por isso, acredito que a
indiferença gera muito mais atrocidades do que o próprio ódio. Sim, o ódio é um
amor mal resolvido, um sentimento que é mais facilmente “convertido” e pode sim
gerar crueldade, mas com limites, afinal, ainda há o reconhecimento do outro
como um semelhante.
Ser alvo da
indiferença alheia dói muito e costumamos nos perguntar: o que fiz de tão grave
para merecer isso? Por que minha existência tinha de ser assassinada pelo
outro? Causa feridas saber que passamos a não ter mais valor algum pra outra
pessoa, por mais que esta não seja tão fundamental na nossa vida. Contudo, ser
uma vítima da indiferença é algo pelo qual não podemos lutar, pois é uma
decisão que não nos coube, e é fruto de um coração covarde. Sim, isso mesmo,
covarde. Alguém que foge dos problemas com o próximo resolvendo matá-lo no tribunal
da mente não passa de um covarde, que se nega a lutar e resolver. Cabe ao outro
viver essa decisão.
O que fazer
então? Lutar para manter a bravura do NOSSO coração e não cairmos no mesmo
pecado. Reconhecer que por mais feridas que indivíduos tenham nos causado,
somos ainda devedores deles, pois feridas são oportunidades de crescimento e,
depois de curadas, trazem refrigério para a alma.
Em Cristo,
Thiago Holanda
23/11/2017.
0 comentários :
Postar um comentário