O que significa ser discípulo de Jesus?
O mundo nos oferece muitos ídolos. Já na
infância somos apresentados aos “super-heróis”, os quais iluminam nosso
imaginário e nos fazem acreditar que, apesar dos fortes inimigos, tudo sempre
terminará bem. Na adolescência conhecemos os cantores e bandas, e almejamos o
sucesso por eles alcançado; veneramos
esportistas milionários que, com muito carisma, tentam nos ensinar que
possuímos em nós mesmos a capacidade de conseguir tudo que desejamos; e não
podemos nos esquecer também dos artistas famosos, tão admiráveis aos nossos
olhos; dentre outras personalidades que passam a ser referência de glória e
felicidade. Com o passar dos anos esses “mestres” vão mudando, nos apresentando
sempre novas ilusões que nos apontam qual o caminho seguir. Mas será que eles caminham de acordo com os
ensinamentos de Jesus ou são meras tentativas do inimigo de desviar nosso olhar
do Mestre dos mestres?
A pós-modernidade, com suas muitas
“verdades”, coloca em nossa mente a ideia de que precisamos adotar a verdade que
nos faz mais feliz, ou seja, é a nossa conveniência que determina no que
acreditamos. Não é à toa que o mundo gospel tem vendido diferentes “pacotes de
Jesus” no mercado da Fé. Existe o “Jesus paz e amor”, que deseja que você creia
nele e, até mesmo, demonstre que lembra dele postando algo religioso nas suas
redes sociais, mas que não interfere na sua vida e deixa você ser feliz do
jeito que você quer, afinal, esse “Jesus” é todo “amor”. Tem também o “Jesus
Coach”, aquele que trabalha com Programação NeuroLinguística e que é
especialista em fazer você ganhar dinheiro. Com esse “Jesus”, pecado é ser
pobre e graça é usar um iPhone de última geração.
Enfim, em um mundo de tantas mentiras
fantasiadas de verdade, em que mestre devemos acreditar? E mais: o que
significa ser discípulo?
Para nossa aula, usaremos a seguinte
definição:
“Discípulo é a pessoa que aprende com um mestre, procurando não apenas
conhecer seus ensinamentos, mas vivê-los.”
Portanto, discípulos de Cristo são aqueles
que:
a)
Creem Nele como salvador
do mundo.
b) Procuram conhecer sempre
mais sobre seus ensinamentos (contidos exclusivamente na Bíblia)
c)
Aplicam esses ensinamentos
em sua vida.
Em Colossenses 1.28, Paulo diz: “A quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e
ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o
homem perfeito em Jesus Cristo”. A expressão “perfeito” não
significa, aqui, sem defeitos, mas dá a ideia de maturidade, ou seja, o
objetivo do ministério de Paulo era formar discípulos maduros, que se
submetessem a Cristo em tudo. Assim, a vida de um discípulo deve apresentar as
marcas de um seguidor do Mestre dos mestres. Mas que marcas são essas?
Marcas
do Discípulo:
A Bíblia contém
muitas passagens que enumeram as marcas definidoras do caráter do discípulo (1
Reis 2.2-3; Mateus 5.3-16, entre outras). Porém, para fins didáticos, iremos
explorar somente a passagem de Colossenses 1.9-12:
Por esta razão,
nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de
pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e
inteligência espiritual; para que possais andar dignamente diante do
Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no
conhecimento de Deus; corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua
glória, em toda a paciência e longanimidade, com gozo, dando graças ao Pai,
que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz.
a)
“sejais cheios do conhecimento da sua
vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” – a primeira marca apresentada diz respeito ao conhecimento e sabedoria.
É interessante notar que Paulo une os dois conceitos. Conhecimento da verdade
de Deus é obtido EXCLUSIVAMENTE por meio da revelação infalível e única de
Deus, a Bíblia. Paulo, em 2 Tm 3.16, nos diz que “toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,
para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de
Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra”. Vale salientar que a bíblia não nos ordena um estudo “seco” da Palavra
de Deus, pois conhecimento “morto” não edifica, ou seja, precisamos conhecer
para viver. O salmista deixa isso bem claro no Salmo 1.2: “Antes, tem
o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” O termo usando aqui é “meditar”. O conhecimento da verdade precisa ser
acompanhado pela sabedoria e inteligência espiritual. Caso contrário, conheceremos
a Palavra de Deus, mas não conheceremos o Deus da Palavra.
b) “andar dignamente diante do Senhor” – Cristo não é somente nosso Salvador, mas também nosso Senhor. Assim, precisamos
estar debaixo do Senhorio de Cristo. Paulo demonstra isso quando escreveu em
Gálatas 2.19,20: “Porque eu, pela lei, estou
morto para a lei, para viver para Deus. Já estou
crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida
que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se
entregou a si mesmo por mim.” Portanto, devemos
imitar o “padrão Cristo” (1 Co 11.1), pois somente assim vamos agradá-lo em
tudo.
c) “frutificando
em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus; corroborados em toda a
fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência e longanimidade,
com gozo, dando graças ao Pai” – a vida cristã é
radicalmente dinâmica. Alguém, acertadamente, disse que ser cristão é como
andar de bicicleta...se pararmos, caímos. Isso é posto em Filipenses 3.2-14,
onde a ênfase está em verbos do tipo: “prossigo”, “alcançar” e “avançar”. Ser
cristão é sentir uma profunda inquietação na alma por não ser igual a Cristo e
buscar essa semelhança completa enquanto viver. Crescer é um imperativo (1 Pe
2.2). No verso 11 do texto que estamos analisando, Paulo especifica um pouco
mais das características que evidenciam esse crescimento usando, inclusive,
muitos termos presentes na famosa passagem do fruto do Espírito (Gálatas 5.22).
d) “herança dos santos na luz” – aqui temos o caráter escatológico do discipulado. Discípulo é aquele
que sabe que aqui nesta terra ele é peregrino. C.S Lewis diz: “Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada nesta
Terra pode satisfazer. A única explicação lógica é que eu fui feito para
outro mundo.” Como igreja,
temos uma herança nos aguardando na eternidade e esse tesouro é indestrutível e
não se pode roubá-lo (Mc 6.19,20). Assim, o discípulo vive na terra enquanto
olha para o céu!
Conclusão:
Para finalizar, precisamos ser realistas e entender que ser discípulo
de Cristo não é nada fácil. O próprio Jesus deixa isso bem claro em Marcos
8.34: “Se alguém
quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.” Dietrich Bonhoeffer diz: “A
salvação é de graça, mas o discipulado nos custará tudo.” Portanto, andemos na
contramão do mundo e sigamos a direção que Cristo nos deixou, balizando todas
as nossas ações e palavras pela Palavra de Deus, lembrando que ser discípulo
não nos fará populares, ricos ou mesmo pessoas de sucesso, mas nos levará aos
braços do Pai, onde desfrutaremos uma eternidade de felicidade indescritível.
Observação final: ser evangélico não é o mesmo que ser discípulo.
Muitos frequentam a igreja por anos sem nunca ter experimentado o novo
nascimento. Caso você, na leitura desse texto, tenha percebido que Cristo não é
o Salvador e Senhor da sua vida, arrependa-se dos seus pecados e
ore para que Deus o salve. Cristo é rico em misericórdia e está sempre disposto
a nos perdoar por nossas falhas. Ore, em sinceridade, pedindo para que a graça
te alcance!
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