abril 2016

sábado, 23 de abril de 2016

Obediência e amor a Deus.



Certa vez eu estava inquieto com o comportamento de uma moça que havia conhecido recentemente. Ela professava a fé cristã, mas suas atitudes mostravam uma vida distante de Deus. Para não efetuar julgamentos precipitados, questionei a uma amiga em comum sobre a vida dessa moça e recebi a seguinte resposta: “Olha Thiago, ela ama muito a Deus, sabe? Mas não consegue deixar o estilo de vida que tem...”. Confesso que essa frase ficou martelando na minha cabeça: “Isso é possível? Amar a Deus e viver longe dele?”, eu questionava.
Abri a Bíblia e fui guiado ao texto de 1 João 2.3-6, que diz:

E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.

Notei, então, que a amiga que havia me respondido, provavelmente, não conhecia o ensino desse texto e as verdades profundas que ele nos traz sobre obediência.
O livro de 1 João nos ensina sobre os sinais internos e externos presentes na vida daqueles que são salvos, tais como: o entendimento correto da pessoa de Cristo (1.1-4; 1.5-2.2), a comunhão com os demais membros do corpo (2.7-11) e a obediência.
Veja que no versículo 3 o apóstolo João nos dá três verbos importantes: “sabemos”, “conhecemos” e “guardarmos”, usados nos sentido de confiança, intimidade e obediência, respectivamente. Assim, poderíamos parafrasear esse versículo da seguinte forma: podemos confiar que temos intimidade com Deus quando o obedecemos.
A obediência é um sinal externo de nossa salvação. Entenda: fomos alcançados pela graça, então cremos e, por isso, o amamos através da obediência a Ele. Não há como amar o Senhor e viver de forma desobediente.
Contudo, devemos lembrar que nossa obediência será sempre imperfeita. O apóstolo evoca essa ideia no verso 5, quando diz: “verdadeiramente aperfeiçoado”.  Isso nos mostra que o processo de obediência na vida do cristão está sempre em andamento. As vezes vai falhar, mas a direção geral sempre será pra cima. O aperfeiçoamento a obediência a Deus é mais parecido com um procedimento cirúrgico lento e doloroso do que uma amputação completa com anestesia.
Por fim, no versículo 6, João nos dá o padrão de obediência: Cristo. Devemos andar como ele andou, seguir seus passos. Não andar segundo líderes tão imperfeitos quanto nós (não deixando, é claro, de agradecê-los pela valorosa influência), mas olhar sempre para o perfeito exemplo do verbo vivo revelado nas Escrituras.
Você, querido leitor, pode estar reagindo de duas formas a esse texto: com alegria, pelo sinal externo, em conformidade com os internos, da sua vida que te dão maior segurança da sua salvação; ou com tristeza, pelo contrário. Se este último for o seu caso, ore e peça a Deus que o conceda misericórdia. Reconheça sua posição de pecador e clame por salvação. Cristo chama você ao arrependimento e a uma vida de obediência.

Em Cristo,

Thiago Holanda.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Entregue seus pensamentos!



Nossos pensamentos exercem influências significativas em nossa vida, mais visíveis do que imaginamos, pois costumam ser percebidos por outros quando exteriorizados através de ações (voluntárias ou involuntárias), revelando, assim, nossas intenções.
A mente humana é uma campo de batalha que precisa ser conquistado. Quando Cristo nos resgatou, mudou a nossa mente e nos fez entender o sacrifício salvífico de Jesus. Contudo, muitas fortalezas de pecado ainda fazem morada e precisam ser destruídas. Paulo exemplifica isso em 2 Coríntios 10.5, quando afirma que precisamos levar todo nosso pensamento (entendimento) cativo à obediência em Cristo. A forma como minha mente recebe, processa e envia informações precisa estar em conformidade com a mente do Senhor. É uma guerra difícil de ser travada, mas o preço de uma vida com Cristo deve suportar o peso da cruz (Marcos 8.34).
Em Filipenses 4.8, Paulo diz: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” Como conseguir pensar somente nessas coisas? Será que Paulo estava nos recomendando algo impossível? De fato, pensar com exclusividade em coisas sãs é um exercício mental que exige muito de nós, mas como discípulos de Cristo precisamos perseguir esse alvo. Abaixo, seguem algumas recomendações de como podemos trabalhar em nossos pensamentos:

a)      “Mate” o advogado que há dentro de você: todos somos constrangidos, frequentemente, pelo Espírito Santo acerca de mudanças necessárias em nossa vida, contudo, gostamos da auto justificação, dando “desculpas” por erros e vícios. Evitemos isso!
b)      Confesse pecados e nomeio-os: gostamos de pedir perdão de forma generalizada por nossos pecados, mas que tal “dar nome aos bois”? Isso nos faz mais sinceros diante de Deus e de nós mesmos.
c)      Pregue o evangelho a si mesmo: fale continuamente consigo mesmo, lembrando do quão pecador você é e que precisa, com urgência, da graça de Deus.
d)     Evite se contaminar com o que lembra o pecado: se músicas, filmes, amizades ou qualquer outra circunstâncias, pessoas ou lugares o “ajudam” a pecar, evite tais contaminações! Nossa carne milita continuamente contra o Espírito (Gálatas 5.17), não há trégua, precisamos ser vigilantes!

Que possamos nos entregar a Deus de forma completa (1 Tessalonicenses 5.23), confiando que aquele que começou a boa obra em nós, há de aperfeiçoá-la! (Filipenses 1.6).


Em Cristo,

Thiago Holanda.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Dicas práticas para um relacionamento constante e saudável com Deus.


Nosso relacionamento com Deus é o que temos de mais precioso, mas será que estamos o dando devido valor? Para nos tornarmos cristãos mais maduros e constantes, precisamos ser disciplinados e desenvolvermos bons hábitos espirituais.


Aqui vai algumas dicas:

1.  Medite na Bíblia todo dia: a Palavra de Deus não é um livro qualquer, que você ler para adquirir conhecimentos filosóficos, teóricos ou práticos. Ela é uma comunicação direta de Deus para o homem e, ao ser lida em comunhão com Deus, fortalece o cristão. É importante diferenciar o ESTUDAR e o MEDITAR. As duas atitudes são importantes, mas não são a mesma coisa. O estudo me capacita a entender os contextos, geografia, intenção dos autores, línguas originais, entre muitas outras coisas. A meditação é a leitura devocional, onde eu leio a bíblia procurando entender o que Deus quer me ensinar com aquela passagem e de que forma posso mudar minha conduta através dela. A frequência da meditação deve ser diária, pois a necessidade de fortalecimento também é. O cristão que passa vários dias sem meditar está correndo sério risco de enfraquecer e, em algum momento, ceder ao pecado. Além disso, a meditação auxilia na memorização de versículos e passagens e uma das formas que Deus usa para nos consolar e exortar é trazendo a nossa memória textos bíblicos em determinadas ocasiões! O Espírito Santo não trás a nossa memória aquilo que nunca lemos!

2.   Jejue sempre: o jejum é uma prática antiga (em diversas religiões, inclusive). Vários personagens bíblicos costumavam jejuar. Sua prática tem a ver com a “consagração” especial do corpo a Deus, traz a ideia de privar o corpo, por certo período de tempo, de um algo essencial a seu funcionamento (alimento) para lembrar que tudo que o cristão precisa, na verdade, é de Deus. O jejum é uma entrega especial a Deus do seu próprio corpo e vontade, e não tem efeito por si só, ou seja, não adianta jejuar sem estar diante de Deus, é necessário estar acompanhado de profundas orações e meditações bíblicas. Jejum sozinho é sem sentido! Aconselhamos que o Jejum seja feito, no mínimo, uma vez por semana, por um prazo de, pelo menos, 8 horas. Obviamente, não são regras rígidas, pois muita coisa está envolvida, desde o condicionamento físico da pessoa até o seu estilo de vida (horários, ritmo do trabalho, etc). Contudo, não negligencie essa prática, pois vai abençoar muito o seu relacionamento com Deus.

3.  Leia bons livros: nem todo mundo acha esse ponto muito importante e isso acontece, muitas vezes, pela cultura brasileira da não leitura. Contudo, seja diferente e cultive o hábito de ler livros escritos por verdadeiros homens de Deus. Se você não tem o hábito de ler, tente começar com biografias de homens do passado, missionários que foram pioneiros na evangelização, bem como outros heróis da fé. Logo em seguida, procure ler outros textos devocionais sobre assuntos do dia-a-dia, e, por fim, busque livros que se dedicam a exposição de algumas doutrinas bíblicas de forma mais aprofundada. Você pode (e será!) muito abençoado por Deus se dedicar tempo para leitura de bons livros cristãos. Você pode estar se perguntando, porque enfatizar o adjetivo “bons”? Infelizmente, livros também são usados para espalharem doutrinas heréticas e precisamos ter muito cuidado com isso. Deixo abaixo uma lista de autores que você pode ler tranquilamente

Autores: Hernandes Dias Lopes, Franklin Ferreira, Augustus Nicodemus, Elienai Cabral, John MacArthur, Steve Lawson, John Piper, D. Martin Loyde-Jones, AW Tozer, Gary Chapmam, Mark Dever, Dave Harvey, Kevin DeYoung, John Haggai, Irmão André, Paul Washer, CS Lewis, Joel Beeke, Charles Spurgeon, Jonathan Edwards, entre outros.

4. Escreva suas orações: pode parecer um hábito estranho, mas essa prática foi amplamente utilizada por homens do passado. Oramos, quase sempre, em forma de diálogo (é o normal), mas porque não escrever também? Esse método traz algumas vantagens: aumenta a concentração no ato de orar, não há risco de “atropelar” a oração com a pressa, maior chance de lembrar de todos os pedidos de oração. Além disso, você pode guardar suas orações escritas num arquivo como recordação dos seus momentos com Deus. Grande homens de Deus do passado fizeram isso e, hoje, temos acesso a lindas orações que edificam muito a nossa vida! Como exemplo, sugiro que procure na internet “A oração de um profeta menor”, foi escrita por A.W Tozer no dia que foi consagrado para o ministério pastoral.

5. Faça uma lista intercessória: é muito comum, na vida em comunidade, que os irmãos solicitem uns aos outros que orem por motivos específicos. As causas são várias: doença, emprego, vida sentimental, busca por dons, salvação de familiares, etc. Todos nós recebemos e enviamos pedidos de orações para os outros. Infelizmente, a maioria de nós esquece quase todos, costumamos lembrar somente daqueles mais graves ou que, de alguma forma, estão relacionados a amigos e parentes mais próximos, isso não deveria acontecer. A dica é usar sempre uma caderneta, agenda ou mesmo pedaço de papel para anotar pedidos de outros irmãos, para não os esquecer diante de Deus. Imagine se todas as vezes que você pedisse oração aos outros você tivesse a certeza absoluta que iriam mesmo orar por você? Que tal começar, você mesmo, fazendo isso?

6. Procure alguém para servir: servir ao próximo, sem esperar recompensa, faz muito bem ao coração. Até os “sem religião” já comprovaram isso. Imagine servir ao próximo, sem esperar recompensa, por meio do amor sobrenatural de Cristo? É algo extremamente edificante! Deus nos incentivou isso em inúmeras passagens bíblicas. Procure no seu convívio (em especial na igreja) irmãos que você possa servir de alguma forma. As possibilidades são inúmeras: ajudar na faxina da casa de irmãos idosos, dar carona para quem mora longe, ajudar financeiramente alguém necessitado, visitar no hospital (ou em casa) quem está enfermo, etc. Quando servimos ao próximo, nosso coração se enche de alegria e nos sentimos dentro dos propósitos de Deus. Faça isso!

Em Cristo,
Thiago Holanda.