A importância de manter bons relacionamentos
Daniel 1.9-14
9 Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e
misericórdia diante do chefe dos eunucos.
10 E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do
meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; pois por que
veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos outros jovens da vossa
idade? Assim porias em perigo a minha cabeça para com o rei.
11 Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos
eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que
se nos dêem legumes a comer, e água a beber.
13 Então se examine diante de ti a nossa aparência, e a
aparência dos jovens que comem a porção das iguarias do rei; e, conforme vires,
procederás para com os teus servos.
14 E ele consentiu isto, e os experimentou dez dias.
A passagem acima
narra um momento específico da conhecida jornada de Daniel e os seus amigos, uma
história que, provavelmente, você já conhece. Quero, contudo, abordar um
aspecto específico dessa história, que é a importância de manter bons
relacionamentos com todos ou, como costumeiramente usado nos jargões
coorporativos, um bom networking.
Daniel e o seu
povo foram levados ao cativeiro não como escravos comuns condenados a trabalhos
braçais pelo resto da vida. Pelo contrário, a ideia que motivou esse
intercâmbio forçado foi exatamente criar uma elite de jovens hebreus preparados
para difundir a “belíssima” cultura babilônica. Mesmo nesse contexto, é certo
que esses jovens permaneciam como escravos e, em tese, não possuíam direito de
escolha a nada.
Porém, como
você sabe, eles decidiram não se contaminar com as iguarias da corte e optaram
pela purificação, inclusive a alimentar. Porém, havia um obstáculo. A dieta desses
jovens não era um self-service. Eles não tinham direito a mudá-la. O
cardápio já estava definido e ponto final.
Porém, é aqui
que algo interessante acontece. Sem entrar em detalhes, a Bíblia diz que Daniel
conversou com o chefe dos eunucos e pediu que desse um “jeitinho” (não no
sentido culturalmente pecaminoso da palavra) e os liberasse da dieta do rei. E o
chefe dos eunucos aceitou!
Pode parecer
algo simples, mas não é. O cargo de chefe dos eunucos era de confiança e certamente
o homem que o ocupava não iria arriscar, com algo tão “simples”, desobedecer ao
rei e ser condenado a traição e, quem sabe, a morte. Era, simplesmente, perder
tudo por conta do pedido de um jovem desconhecido vindo de uma terra distante. Quem,
em sã consciência, atenderia esse favor?
Aqui entra nossa
reflexão: sei que Deus agiu no coração do chefe dos eunucos inclinando-o a
aceitar o pedido de Daniel. Disso não tenho dúvidas. Mas também acredito
firmemente que esse milagre foi operacionalizado por meio de um bom
relacionamento que Daniel e os seus amigos devem ter nutrido com todos os
membros da corte pagã da Babilônia. Relacionamento esse que abriu as portas para
que o pedido fosse atendido.
Aprendemos
muito com essa lição. Será que, nos ambientes que frequentamos, nós temos um
relacionamento saudável com os não cristãos que nos cercam? Conseguimos manter
esse networking?
Aqui eu
interrompo a reflexão para adicionar dois tipos de comportamento nocivos: o isolacionismo,
que é uma postura muito comum em “crentes” legalistas, que acreditam firmemente
serem parte de uma categoria especial de pessoas santas, e olham com
superioridade para qualquer outra pessoas que não julgam ser parte do mesmo
círculo. Essa postura, além de intoxicar qualquer relacionamento, ainda afasta
as pessoas de Cristo e mancha o evangelho de forma profunda. O outro
comportamento é o mundanismo, que é exatamente o extremo oposto, comumente
praticado por “crentes” que vivem um evangelho frouxo, marcado pela
permissividade e uma incorreta interpretação da graça salvífica.
Nós devemos
buscar um equilíbrio saudável entre esses dois comportamentos: viver no mundo
sem ser parte do mundo e, com isso, manter um bom relacionamento de gentileza e
misericórdia com todos aqueles que ainda não foram alcançados pela graça de
Cristo.
Que tal, na sua
rotina de trabalho, você importar-se mais com as necessidades dos colegas e, eventualmente,
oferecer ajuda? Por que não praticar a escuta ativa e se interessar pelo que as
pessoas conversam?
Existem
inúmeras maneiras, não difíceis, de manter bons relacionamentos com pessoas que
não compartilham a mesma fé que nós e devemos cultivar isso diariamente, não
apenas pensando no interesse de um dia buscar benefício, mas para manter canais
de comunicação e diálogo abertos. Canais esses que, creio eu, serão usados para
compartilhar nossa mensagem mais preciosa: a salvação em Jesus.
Eu encorajo
você a manter relacionamentos agradáveis onde você estiver: faculdade,
trabalho, vizinhança, etc...assim, as
pessoas olharão para você e verão o brilho de Cristo na sua vida.
Deus te
abençoe!
Em Cristo,
Thiago Holanda
26 de Abril de
2024.